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MULHER PRETA NO PODER PRA PODER PODER! - VAMOS FALAR DE RACISMO?

Cena de um dos processos de criação do livro, "The Help", do filme "Histórias Cruzadas".
"Histórias Cruzadas" é  um filme lançado em 2011 que traz a temática do racismo nos Estados Unidos durante a década de 60. Empregadas domésticas negras passam por diversas situações na mão de seus patrões brancos, como: não poder comer a mesma comida que eles e até mesmo não pode usar o banheiro.

Vendo tudo que as domésticas passam, Skeeter (Emma Stone) decide ouvir as histórias dessas mulheres, como Aibeleen Clark (Viola Davis). As histórias são reunidas em um livro, que causa um alvoroço entre os patrões.

O longa parece muito com algo que assisti recentemente no youtube: uma palestra dada no TEDx São Paulo pela Joyce Fernandes, a Preta Rara , que falou sobre a  sua experiência sendo empregada doméstica no Brasil nessa mesma década que estamos, assista:
 
Isso que ela relata aconteceu há poucos menos de 10 anos, e se parece bastante com o que vemos no filme: empregadas domésticas sendo maltratadas, desrespeitadas e discriminadas. 

Por um fato histórico (racista e machista), as domésticas em sua maioria são negras e vêm de um histórico familiar onde suas mães e avós também exerceram essa profissão.

Com certeza você não aprendeu na escola que com o suposto fim da escravidão, os negros escravizados foram apenas jogados na rua sem o mínimo amparo do governo. Eles não foram reintegrados à sociedade, e logo obtiveram dificuldades para conseguir emprego, moradia, educação, etc. Houve uma abolição formal, mas os negros continuaram excluídos do processo social.

Para não morrerem de fome, eles começaram a trabalhar nos empregos mais simples e que requeriam menos instrução, como: engraxate, domésticas, ambulantes, etc. E os que não moravam na rua, viviam em cortiços.

O tempo passou e não mudou muita coisa. Somos 54% da população brasileira (IBGE/2014) e ocupamos os cargos mais baixos no mercado de trabalho. Pesquisas de 2013 e 2014 mostram que os negros recebem 75,4% do salário que os brancos recebem, e também que são eles e elas que ocupam os empregos mais precários, além de serem os “favoritos” a demissão, já que a cor ainda é a linha de corte para inserção e permanência no mercado de trabalho.
Campanha coloca vítima de racismo e ofensor frente a frente (Foto: Reprodução)
Mas Samuel, você tem certeza que o racismo existe?

Definição de racismo: O racismo é um caso de discriminação, onde por sua cor de pele (ou raça) o indivíduo é tratado de forma diferenciada, bloqueando oportunidades sociais e econômicas, além de ser alvo de segregação.

Após vermos essa definição, vou te mostrar alguns dados que comprovam isso:
  • O Mapa da Violência 2015 mostra que a violência doméstica contra mulheres brancas diminuiu em 2,1%; no que se refere às mulheres negras os casos de violência doméstica aumentaram 35% desde a criação da Lei Maria da Penha em 2006.
  • De 2002 a 2012 o número de homicídios de jovens negros subiu de 17.499 para 23.160. 
A ONU classifica o racismo no Brasil como institucionalizado, ou seja, julgamos as hierarquizações raciais como normais. Peritos que visitaram o país em 2013 confirmaram: os negros são os mais assassinados, os que menos têm escolaridade, os que morrem mais cedo e que têm a menor participação no PIB. No entanto, lotam prisões e ocupam menos cargos no governo. 
A polícia também é responsável pela atual condição social da população negra. Jovens afrodescendentes são torturados, chantageados e humilhados apenas por terem “perfis suspeitos”. 

Até quando os negros serão subjugados na sociedade e tratados com inferioridade? Qual o problema em dar poder ao negro?
Enquanto encaramos que o racismo é normal, ou pior, encararmos que ele não existe, estaremos apenas fortalecendo uma cultura de discriminação. Precisamos de representatividade, de ações afirmativas, porque precisamos de MULHER PRETA NO PODER PRA PODER PODER! 

Até quando você vai admitir que a sua empregada doméstica faça xixi em um pote de sorvete?

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